quarta-feira, 26 de agosto de 2009

UMA P.


Esse texto sacana foi mandado por BR-16 poeta e cowboy de Barueri, sempre disposto a uma boa farra, também foi dono-amigo do chimbo a cão andarilho que partiu de Barueri para viver numa comunidade hippie no mato-grosso do sul .


UMA P.


olha que o melhor da teta

molho do melhor da festa


se acha moço, muito moço

e passa a vida toda em busca


num arbusto, ao fim da linha

sala ou fila pegue e pague


Mas,


se acaso acha a moça

qu’é a melhor de todas


te mantém o susto


da primeira teta

revista P. ou Cine Vê

pá-pá-pá-página


Ela,


remete um pouco

a punheta imberbe

que do olho em riste


(papai-vôvô-titia)


zarpou!


se consome em brasa ali:


púbis

perna

porra


a cena

é tal -


que hoje o novo susto

daquela toda inteira linda

quem encaixa a voz no ouvido


(que brinquedo!)




tem um pouco da primeira

que estava em alguma tarde


duro, num canto oculto

lá na casa dos quatorze


- em pé.


ela ai de pé agora

essa boquinha, rosada...


te devora tal menino


safada!











































sexta-feira, 21 de agosto de 2009


Infelizmente por nossa incapacidade de dominar o mundo virtual não podemos colocar essa poesia com toda sua riqueza visual ,mas em breve publicaremos em papéis e distribuiremos em banheiros públicos, bailes de terceira e idade e em qualquer lugar onde a sacagem corra solta.





“ A alegria de viver, que é a razão, o motivo mais forte da própria vida, torna-se mais forte justamente quando ela é contrariada. Por mais paradoxal que pareça, a concepção trágica da vida pode levar ao pessimismo, mas também pode estimular a alegria de viver, em vez de levar a condenar a vida, suas tristezas e misérias. É nas situações mais trágicas e terríveis que se manifesta esta força maior, que é a alegria de viver. A vida é a mais difícil das tarefas e o amor à vida o mais difícil dos amores, mas também o mais gratificante. Como escreveu Nietzsche, ‘tudo o que não me mata me fortalece’. Ou, como diz o provérbio brasileiro, o que não mata engorda.”Clément Rosset, filósofo francês em entrevista a’O Globo em 10/08/2001


ALEGRIA

Manifestação desgraçada da alma que metralha purpurina nas pálidas faces de concreto armado Sussurro indecente que escorre das almas sebosas da Cracolândia Insurgência diarréica expelida do lumpen-diamante-bruto vagando em vielas de chorume Sublimação de todo o xisto betuminoso das vias marginais rompendo fendas e tragando automóveis.


ALEGRIA

Berro luminoso expurgado do vórtex das cacholas embebedadas Escarros de neon vertidos das bocas-de-lobo Espasmo incandescente de lobotomias urbanóides Catarse radioativa de freqüências boçais em ouvidos terráqueos


ALEGRIA

Corrosão vertiginosa de todo e qualquer status quo Arremedos de delírio em sorveterias psicotrópicas Rolar dadinhos de pedra nas loterias da babilônia provar uma fagulha de novo aeon e sair pulando as catacumbas corporativas dos rinocerontes almofadonhos*


ALEGRIA berro

ALEGRIA manifestação

ALEGRIA sussurro sublimação transgressão

ALEGRIA escarro

ALEGRIA lobotomia corrosão arremedo

ALEGRIA loteria dado desejo

ALEGRIA fagulha fantasia



ALEGRIA = ORGIA


MACALÉ


*almofadinha + enfadonho = almofadonho!


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

making off



Essa daqui saiu na antologia do sarau da brasa e conta a história de um caranguejo pobre que se apaixonou por uma sereia neo-liberal.

Making Off


Plano detalhe no perfil da moça
Nariz , boca e queixo cheirando desejo
Será que eros fará nosso remake ?
Ou seremos apenas velhos filmes mofados ?
Minha retina película
se desmancha no vento que cobre seus cabelos
Tento prender seus poros por mais alguns instantes
mas é inútil perante sua liberdade road movie
Sou causa e efeito de tua incostância
Cidade consumada e consumida
perdendo o foco de nossos corpos atrelados
que n~ao precisam de final feliz e nem lanterninha
pois 'e no escuro do cinema que recriamos o mundo.





essa foto sou eu na e em brasa tirada no ano passado

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Súbito, efêmero e inesperado encontro

Que a dor seja passageira
embora tudo fique na lembrança
A espera é longa
O prazer é curto
mas é muito
Nos encontramos no inesperado
e já esperado
Expirado

Nos envolvemos no quente êfemero
Sigo seus passos no descompasso
Minha vida súbita
Minha lenta morte
Minha euforia
Minha alegria
Meu desalento
Meu doce venêno
Meu encantado desencanto

Que a ferida cicatrize
Embora as marcas permaneçam
A estrada é longa
e não vejo nada além do horizonte
Meu descompasso segue seus passos
E o seu ritmo está no meu compasso
Nossos caminhos se encontram no ocaso
e se separam sem fazer caso
Nos encontramos em algum futuro
no além do horizonte
Estaremos no paraíso
ou talvez à beira de um abismo

Gabriel S. Rocha

sábado, 1 de agosto de 2009

Açougueira

Aqui vai uma singela homenagem ao amor carnal:

Eu vagava a esmo encharcado
Em martírio, tortura e desilusão
E ao cruzar o açougue da esquina
Meu olhar distraído ela raptou
Estava ela vestida de branco
Toda ensangüentada e c´’oa faca na mão
Foi em torno de peças de alcatra
Que pude encontrar minha doce paixão

Açougueira
Nunca mais te esquecerei
Esses beijos de novela
O tesouro que eu ganhei
Açougueira
O meu mundo se incendeia
Meu coração não é um bife
Pra você jogar na grelha

Naquele tempo tudo era colorido
O sol raiava sempre em céu de brigadeiro
E eu era tua picanha em alta brasa
E você minha maminha na manteiga
Nossos corpos nas areias escaldantes
Com suor e salpicados de areia
No quiosque você pede um conhaque
Toma um porre e depois diz que me odeia

Açougueira
O meu mundo se incendeia
Meu coração não é um bife
Pra você jogar na grelha
Açougueira
Eu lhe peço, por favor
Não jogue todo o nosso caso
No frigorífico do amor!