domingo, 11 de outubro de 2009

Dois quixotes


Dois Quixotes


Demócrito passou no bar do cabelo
E riu de minhas asas se Orfeu
Edmilson, o profeta, entoava homéricos djavús
Yasmin Fontes com a candura típica dos negros de alma iluminada ]disse: ‘Deus não me fez branca para eu ser franca’
Cantamos então uma homenagem ao amor carnal
Corporificada numa açougueira
Nosso divino amigo-mulher vibrou
E me fez tocar as tetas do éden
Cabelo nos recomendava que aquele simpósio deveria ser pago
Só pagamos porque bebíamos mijo dourado d’algum anjo da Rego Freitas
Avistamos então uma delgada Medusa vinda da Espanha, de vestido encarnado e língua de serpente
Seduziu um mortal que passava de Audi A3 e levou-o para tomar água-da-Jamaica em Mira-Celi...
Éramos dois Quixotes órfãos de Sancho-pança
Que vivenciavam uma divina orgia com as afilhadas de Shiva
Entidades que compartilhavam o sagrado com seus mortais amados
No esgoto primaveril duma República
Perdida n’algum Centro da Terra
Macalé

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sou suspeito sim, e daí caraí !!!


Começando a sessão pra ajudar , ou não, a divulgar trampos de amigas e amigos , essa daqui vai pra açogueira e destruidora de lares lá do morro do querosene ,e tudo era fogo e vento, Carolzinha Teixeira poetisa, artista plástica, atora , vendedora de trufa e muvuqueirae de linha frente e uma da mais novas frequentadoras do Bar Ghassan juntamente com Ciça e Utererê:

A Poetisa:

... remendos ...

Quero secar as minhas lágrimas
junto aos meus.
Desde os outros milianos,
adentrando rumos em segredo nosso.
Chegamos ao remédio do remediado
filosofias de remendo.
Hoje trabalho removendo
a terra do túmulo de meu avô.
Um elo quebrado
dos mares de demônios.
Sou filha do mar
e o meu olho é rasgado
pela sua praga que
azeda o caldo.
Não venha com sua maldade,
nos subterrâneos o martelo
inverte o desgaste.
Traz a sua reza fina
pra contemplar o que
não enche a nossa barriga.
Mas não chegue na maldade
porque nosso elo é

a vírgula.


O meu olho é rasgado, e
é minha alegria.
Silêncio diante da nossa imensidão
que a sua vista nem chega.

São nossos corpos,
prestenção,
de fogo
água
vento
montanha
terra
rio e
trovão

Aqui costuma morar o poço do mundo.
É um profundo onde eu
piso nos mortos e
respiro sua respiração.
Curamos então nossos umbigos

furtados

e assim eu digo
que há comida no prato
estamos salvos.
Guarde a sua maldade,
nossos passos são furtivos

tu desconheces

e o olho foi rasgado.
(Carolzinha Teixeira)


A blogueira:
A atora:



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