sábado, 5 de setembro de 2009

Enquanto dançávamos( versão original)

Ow galera foi zuado a outra versão mandei diferente, sorry ,maca aí vaí seu filho como veio ao mundo , inté mais pessoar !!


Enquanto dançávamos

Enquanto dançávamos
enquanto dançávamossuores, gingados, bailados, malabarismos over and over, volúpias
adocicadas da morena das marolas encaracoladas

enquanto dançávamos
girando e girando
mil palhaços ateavam fogo nos circos
malabaristas chapados brincavam de xamãs no globo da morte
carrosséis de alcaçuz rodavam a 3000 RPMs
caldas de caramelo lambuzavam a boca das bonecas
picolés galáticos eram devorados por multidões de crianças
famintas

tudo enquanto dançávamos
girando, girando, e girando
rotacionando uma engrenagem carnal movida a torpor
energia cinética provida da dilaceração dos sentidos
o universo de carne e osso chamado loucura
e nossos corpos em braza
girando, girando, girando, e girando
as metralhadoras ensurdeciam nas tricheiras
bárbaros em guerra piedosamente clamavam cessar-fogo
atlântida ressurgia tomada de líquens e corais
os deuses astronautas voltavam a erguer suas pirâmides
uma caravana de 59000 jagunços tomava as ruas
o sol da meia-noite baixava no paissandú
vasco da gama desbravava as índias interplanetárias
bombardeios de brigadeiro estouravam em rotas jamais
percorridas

e nós...nós com nada mais nos importávamos e mais e mais
girávamos, girávamos, girávamos tão quão mais girávamos
picadeiros incendiavam
a rota dos astros estropiava
o calendário lunar entrava em colapso
guitarras lascivas varavam as vísceras
tudo era quente, quente como uma batata latejante em 1000
graus de fervura

e nós... e para nós a dimensão era atemporal
brincávamos de ser eternos
estourando ampulhetas de caramelo e mais do que nunca
girando, girando, girando, girando, e girando
incrívelmente girando!!!!
e estourando os portais da quarta dimensão
mergulhando no abismo etéreo da cega dança do universo

Macalé

Um comentário:

  1. Lendo agora, fico com meus sentidos atiçados, e me sinto tb girando, girando, girando... bela poesia, Macalé.
    Sirley

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