domingo, 11 de outubro de 2009

Dois quixotes


Dois Quixotes


Demócrito passou no bar do cabelo
E riu de minhas asas se Orfeu
Edmilson, o profeta, entoava homéricos djavús
Yasmin Fontes com a candura típica dos negros de alma iluminada ]disse: ‘Deus não me fez branca para eu ser franca’
Cantamos então uma homenagem ao amor carnal
Corporificada numa açougueira
Nosso divino amigo-mulher vibrou
E me fez tocar as tetas do éden
Cabelo nos recomendava que aquele simpósio deveria ser pago
Só pagamos porque bebíamos mijo dourado d’algum anjo da Rego Freitas
Avistamos então uma delgada Medusa vinda da Espanha, de vestido encarnado e língua de serpente
Seduziu um mortal que passava de Audi A3 e levou-o para tomar água-da-Jamaica em Mira-Celi...
Éramos dois Quixotes órfãos de Sancho-pança
Que vivenciavam uma divina orgia com as afilhadas de Shiva
Entidades que compartilhavam o sagrado com seus mortais amados
No esgoto primaveril duma República
Perdida n’algum Centro da Terra
Macalé

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