terça-feira, 10 de agosto de 2010

palavra tectônica


... e as ruínas tremularam no quebrante e ousavam jamais voltar ao seu lar original e simplesmente cantavam para as pedras a melodia de ninar cometas e um belo dia se cansaram de tanta teimosia e desembestaram uma viagem pelas colinas de Malitrabi e se maravilharam com a paisagem e não voltaram mais e comiam muitas nozes e alcaparras mas jamais reclamaram por um abrigo nobre e sempre tiveram pés sujos e nunca fizeram questão de musas e o belo e verdadeiro todo dia desaparecia pelas frestas da janela e todos em coro principiavam a dizer: "maravilhas são vossas mães, que não nos negam leite!" e bobagens a parte a única e miserável coisa que sobrava eram os adornos porque o excesso é insolúvel e eu não posso reclamar por miséria porque a excelência dos patronos jamais tirará a corola iluminada de quem nasceu com o cú virado pra lua e de resto os gregos aparecem e aparecem com um arsenal de mentiras e favelas agourentas de Corintios e a metempsicose chegou no cúmulo de recriar parvos mitos que não assustam mais ninguém e o que eu poderia dizer a respeito se palavras somente codificam mal e porcamente o que é vivido e o que poderia eu explanar se a retórica é uma arte morta e o que eu poderia ao menos balbuciar se os ouvidos já não ouvem o que está mais junto a eles e o que eu posso se..."CHRASHBOOMBLANGBRRRBHAUMMM!" as palavras já não comportam a palavra?

macalé

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