se amizade fosse picles
até poderia ser imersa em vinagre
mas amizade que vinga
não suporta o gosto acre da conserva
não merece nem sequer
uma salina gota de saudade
pois amizade que é gostosa se recicla
se reconstrói, se repensa e se renova
não tem receio de barriga
barba branca ou bengala
porque no seio da amizade existe sede
e no peito do amigo faz-se a sede
suficiente pra que o encontro não azede
Macalé
domingo, 16 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
beatificação
eu vou sair distribuindo porradas do jeito que eu sei
eu vou sair no sereno esmurrando o coro dos contentes
à todos que me dizem ´bem quisto´
eu vou dizer que na verdade não existo
eu vou dizer que fali...
não, na verdade
eu vou dizer que não valho
nem o último centavo numa folha
nem a última notícia num orvalho
eu vou dizer que minha casa agora flutua
pois não precisa mais de minhas vertebras
pra sustentar sua laje
eu vou dizer que estou livre, enfim,
pra mamar nas tetas da lua
todo o néctar das noites brancas
e empregar meu miserável espólio
no valor exorbitante de minha alegria
Macalé
eu vou sair no sereno esmurrando o coro dos contentes
à todos que me dizem ´bem quisto´
eu vou dizer que na verdade não existo
eu vou dizer que fali...
não, na verdade
eu vou dizer que não valho
nem o último centavo numa folha
nem a última notícia num orvalho
eu vou dizer que minha casa agora flutua
pois não precisa mais de minhas vertebras
pra sustentar sua laje
eu vou dizer que estou livre, enfim,
pra mamar nas tetas da lua
todo o néctar das noites brancas
e empregar meu miserável espólio
no valor exorbitante de minha alegria
Macalé
há via?
Fez muito sol
caí no mundo
escorreguei no sabão do meu juízo
tropecei na rocha do meu réu confesso
tombei no cimento amargo da verdade
Macalé
caí no mundo
escorreguei no sabão do meu juízo
tropecei na rocha do meu réu confesso
tombei no cimento amargo da verdade
Macalé
Assinar:
Postagens (Atom)