Madre-musa
Laguna prateada em que me deito
Súbita corrente que me lava
Túnica inconsútil em que me banho
Lares, loucas trevas que deleito
Insípida é a chama que me expande
Não terei jamais lhe visto sem sangria
Deste jorro, em vasto peito, que me queima
Chamas louras me vasculham nas entranhas
Torpe mundo que me eleva dado um grito
Face etérea neste ser enternecido
...mergulho...
Mergulho em desertos de plasma
De dunas derretidas ampulhetas
Escorridas no desmanche das areias
E a placenta diluída reverbera
Na vertigem movediça aberta a veia
Num Saara ser perdido, a vaga-idéia
Intumescido no meu líquido primário
Quilométrica vazão que me alardeia
Pedaço, momento, fragmento
Meu descanso sonolento, sorrateiro
Eterno-silêncio-retorno
Vaga empresa no aconchego sublimada
Volta ao lar umbilical, doce utopia
Guarnecido em madre-musa, uma alegria!
Macalé
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Luis, dei uma passadinha por aqui
ResponderExcluirpor causa do recado que vc mandou por e-mail
no grupo de misticismo e poesia.
Parabéns pelo blog.
O do nosso coletivo se chama POENOCINE:
http://poenocine.blogspot.com/
Espero seu recado lá!
Aquele abraço,
Paulo.