quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

do carnaval

Celebra-te desvairada a alegria
Que existe no simples fato
D’estar viva ainda
A aura sagrada da loucura

Mergulha-te em confete, loló e serpentina

Prova-te a boca
Dos mendicantes clowns à tua volta
Delicia-te c’oa coça fulminante
dos tamborins, pandeiros e repiques
lança-te ao estandarte da eternidade
no átomo-segundo duma porta-bandeira vadia

caia na multidão

multidão cega
que vê... agora com olhos libertos
multidão surda
que acolhe... agora n’alma a música
multidão muda
que goza... agora o estar-junto

carnaval

fantasia eterno-instantânea
sob máscaras de selofane
corpos psicodeliciosos
revelando por si só
O QUANTO VALE A CARNE

Macalé

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