quarta-feira, 19 de maio de 2010

Desejoalento

Mais um desejo se vai
mais uma noite termina
a fina garoa cai
um cinzento arranha-céu,
se perde no cinza do céu, e na neblina
E mais um desejo dobra a esquina

Uma ponta de agonia me espeta
e da ilusão me desperta
Tenho novamente os pés no chão
Antes os pés do que a cara

Mas tenho os olhos fixos no meu desejo
que se vai

E na cinza manhã de domingo
se esvai

Uma dose de amargura
desce goela abaixo
Busco abrigo na solidária solidão
repouso na cama do desalento,
sonho desatinos
E um desejo segue seu destino

Gabriel Rocha

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