segunda-feira, 10 de maio de 2010

Religare


ventríloquo demiúrgo
goza às gargalhadas
o pão e circo encenado
o caótico trafegar dos carros
o ritmo engasgado das roldanas fabris
a dinâmica dos hackers a propor a entropia
as roletas do abismo a engolir os dados
a maquina de lavar abarrotada
lembrou, um dia, o começo de tudo:
força centrífuga
quasar a explodir tua unidade
a mente delirótica, deletéria, deambulante
desejando ardentemente
arrebentar os miolos na parede do acaso.
força centrípeta
latência possessiva
a desnudar tua existência
desejo do reencontro
busca de uma unidade esmigalhada
avante ao verso e à qualquer esboço de lamúrio
introjetar o microprocessador no macromultiprocessador
o grande liquidificador ensangüentado
a triturar bilhões de almas
religar as migalhas
esparsas nos balés das trevas
religar-se às trompas maternas da sabedoria
na doce desgraça chamada existir

macalé

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