quarta-feira, 7 de julho de 2010

Valo

Vale o quanto preza
o que se pesa
pra quem e por quem
reza
Em quem o chicote pesa
o chumbo pesa
...a alma lesa

Vale a vida
vale nada
...vala comum

Vale uma bala
...perdida

Vale o que se nega
se despreza
se acumula
descarrega

Vale o resto
o rosto
o desgosto

Vale o que se troca
se consome
Vale a vida consumida
...consumada

Vale os vermes
que nos comem
consomem
a bebida que consola

Vale a dor passageira
que se perpetua
...a cada segundo


Vale um sopro
um soco
um afago

Vale o efêmero
...o que desfalece

Vale um objeto
um sujeito que nem cresce
...que falece

Vale um fetiche
uma fantasia

...uma azia.

Gabriel Rocha

Um comentário:

  1. poema de mensagem contundente e ritmo sincopado.
    Aliás, teus poemas possuem uma ginga bem característica. gostei bastante negão.
    Publique mais e valeu!

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