Se não existisse paixão não precisariamos de álcool
Ninguém bebe por que gosta, já disse o grande contista
A paixão muitas vezes se manifesta tragi-cômica:
começa comédia e termina tragédia
O álcool é o combustível,
a explosão,
a combustão do motor de arranque
Você bebe pra começar
e beberá ainda mais
quando sentir que tudo
está pra terminar
que tudo aquilo vai acabar
que tudo terá um fim
E você vai se acabar
antes de tudo acabar
Você terá seu fim antes do fim
sem fim...
O álcool é o anestésico momentâneo
da dor de quem foi triturado por dentro,
de quem teve o coração arrancado,
esmagado,
cortado em fatias
e servido às piranhas
É a peneira com a qual
você vai se proteger
do Sol do fracasso
A reticência travestida de ponto final
A dose de coragem pro fatídico e eterno
recomeçar...
G.S.R
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
domingo, 13 de dezembro de 2009
ascensão
ascensão
...de quem me leve no bico na lábia no lero...
não quero
em matéria de saber
só quero
...quem na brisa no sopro na pluma me embale e me leve...
seja e-book
seja e-song
seja e-mail
e-leve...
transmutando em gás nobre
meu delírio delétério
muito prazer terráqueos
me chamem agora de Hélio
baforando agora em volutas matreiras
a tenra carne de tua ondulante cordilheira
leve ao toque de brisa pastel
a luz difusa dum cândido céu
e assim talvez me eleve
baseado em fagulhas
de futeis afagos
no final do juízo
d'algum verde vale
ao ponto dum súplico voto fazer
a idéia mais valiosa
que só cabra mudo-surdo-cego há de ter
o voto de pobreza de meu rico ser
Macalé
...de quem me leve no bico na lábia no lero...
não quero
em matéria de saber
só quero
...quem na brisa no sopro na pluma me embale e me leve...
seja e-book
seja e-song
seja e-mail
e-leve...
transmutando em gás nobre
meu delírio delétério
muito prazer terráqueos
me chamem agora de Hélio
baforando agora em volutas matreiras
a tenra carne de tua ondulante cordilheira
leve ao toque de brisa pastel
a luz difusa dum cândido céu
e assim talvez me eleve
baseado em fagulhas
de futeis afagos
no final do juízo
d'algum verde vale
ao ponto dum súplico voto fazer
a idéia mais valiosa
que só cabra mudo-surdo-cego há de ter
o voto de pobreza de meu rico ser
Macalé
curtindo a ascensão
curtindo a ascensão
SOFRI
SOU FREE
I´M SOUL FREE
de peito aberto pro pulo
livre ao que Deus dará ou não
pulando -pausa- pousando
em picos de pluma
quiçá pairando a pose posto em pé
no prumo da pata
Ah! patológico e pasmo ser
pendura:
as chuteiras no bico do vale
e se se livra do peso
do plúmbico agouro
da pátria descalça
talvez, brote, agora, chinelos doirados
de meus tortos artelhos
me torne então arcanjo veloz
filho do vento
e possa então tocar,
de trivela a bola
á estrela solitária
dum Mané
sem lenço nem documento
ou simplesmente me depare
c'oa anarquia celeste e desvairada de meu pai
e em rubras taças tilintar ao leo
EVOHÉ meu velho
encerro assim minhas pálpebras
na vagarosa sinfonia de teu céu
Macalé
SOFRI
SOU FREE
I´M SOUL FREE
de peito aberto pro pulo
livre ao que Deus dará ou não
pulando -pausa- pousando
em picos de pluma
quiçá pairando a pose posto em pé
no prumo da pata
Ah! patológico e pasmo ser
pendura:
as chuteiras no bico do vale
e se se livra do peso
do plúmbico agouro
da pátria descalça
talvez, brote, agora, chinelos doirados
de meus tortos artelhos
me torne então arcanjo veloz
filho do vento
e possa então tocar,
de trivela a bola
á estrela solitária
dum Mané
sem lenço nem documento
ou simplesmente me depare
c'oa anarquia celeste e desvairada de meu pai
e em rubras taças tilintar ao leo
EVOHÉ meu velho
encerro assim minhas pálpebras
na vagarosa sinfonia de teu céu
Macalé
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
fábula dos quatro elementos: a felicidade e a paz, o caos e a alegria
fábula dos quatro elementos: a felicidade e a paz, o caos e a alegria
a paz só faz por querer ultrapassar os problemas sem resolvê-los
a felicidade uma enganosa fantasia de crer que a pureza está aqui e é intacta
o caos quer avacalhar, rir da cara de quem controla
a alegria vem como o laitmotiv da plebe
um modo de gozar no conflito
a paz visita os arrabaldes de helicóptero para diagnosticar
a felicidade quer ostentar nas ruas seu rolex sem se infectar
o caos possesso deseja pegar na unha até o último hectare de seu latifúndio
a alegria deseja solenemente desfraldar a bandeira azul-celeste da eternidade
mas a felicidade insiste em impor seu plástico circo
para uma vasta multidão de banguelos mascadores de chiclete que,
devido a alegria,
estarão amanhã limpando as vitrines de caramelo de nossas ruas tão augustas
de ressaca
entretanto, o caos propõe a farra-fa-tal ao passo que um garoto esfaqueia um playboy
e um outro garoto vira gigolô
e a paz? A paz não invadiu meu coração
e está preocupada demais com suas duplicatas,subprimes e IGP-Ms pra saber realmente do que trata a alegria...
porque segundo a alegria no bar todo mundo é igual,
mas a felicidade teima em dizer que algo cheira mal
a paz vai de Armani
a felicidade de Dolce & Gabbana
o caos vai de havaiana
e a alegria de Bamba-cabeção
Á Santos Dumont:
dedico o poema abaixo a nosso célebre patrono da aviação: Alberto Santos Dumont, uma daquelas poucas pessoas que puderam provar o deleite de estar no momento certo e na hora certa com uma brilhante idéia na cachola.Não fosse o fato de estar em Paris (maior metrópole cultural da época),seriam os irmãos Wright os grandes donos da aviação.Mas ao ter adquirido o trunfo do alado advento nosso brasileiro passaria por uma grande frustração: ver seu invento sendo utilizado á fins mesquinhos e inescrupulosos custou uma grande tristeza seguida de morte a um homem que defendia um visão humanista do saber técnico.
Á Santos Dumont:
Á revelia da leveza
elevada performance
minerva em saraivadas de prata
plúmbicos assovios
n´áurora iluminada
sísmicas trombetas
de anjos esfarrapados
solapadas de tesão
em abóbadas trepidantes
finitosfera terráquea
em pé de putrefação
mais um tolo impulso
neste atômico ritual
comunhão supersônica
em céus de safira
escarradas de nióbio
surrando negras nuvens
supersônica alquimia
trespassando anos-luz
a mitologia terrena
das asas de cera
orgulho matemático
perante andorinhas, falcões e colibris
supersônica utopia
contemplar-se, quiçá, um dia,
ao lado da Estrela Vésper
tola inveja
sentes, amiúde, o demiúrgico gozo da criação
ao dotar tua máquina alada
de leveza, sensualidade e função
faz jus a tua certeira e brilhante razão
conduzir aéreas caravanas
com eletrônicos miolos irmãos
divinas e pérfidas esquadrilhas
de fumaça venenosa
furioso Enola Gay
fazendo brotar imensas labaredas de cogumelo
engulam agora como fato consumado
o trágico poder do acaso
ousar tomar os céus de assalto
toneladas de carne, sangue e ossos lhe custaram.
Macalé
Á Santos Dumont:
Á revelia da leveza
elevada performance
minerva em saraivadas de prata
plúmbicos assovios
n´áurora iluminada
sísmicas trombetas
de anjos esfarrapados
solapadas de tesão
em abóbadas trepidantes
finitosfera terráquea
em pé de putrefação
mais um tolo impulso
neste atômico ritual
comunhão supersônica
em céus de safira
escarradas de nióbio
surrando negras nuvens
supersônica alquimia
trespassando anos-luz
a mitologia terrena
das asas de cera
orgulho matemático
perante andorinhas, falcões e colibris
supersônica utopia
contemplar-se, quiçá, um dia,
ao lado da Estrela Vésper
tola inveja
sentes, amiúde, o demiúrgico gozo da criação
ao dotar tua máquina alada
de leveza, sensualidade e função
faz jus a tua certeira e brilhante razão
conduzir aéreas caravanas
com eletrônicos miolos irmãos
divinas e pérfidas esquadrilhas
de fumaça venenosa
furioso Enola Gay
fazendo brotar imensas labaredas de cogumelo
engulam agora como fato consumado
o trágico poder do acaso
ousar tomar os céus de assalto
toneladas de carne, sangue e ossos lhe custaram.
Macalé
a sereia e o malandro
Vejam no que deu o encontro do malandro da alegria e de minha sereia do infinito, vinda devidamente bronzeada pelo sol de Olinda.
Guardanapo alfa
E se guardo o que desejas com a boca poeta
É porque quero o poeta e a boca
Em tudo que sem pudor algum gravita
Mas nada desejo em guarda
Pudico resguardo
Me rasgo
Me rasgo às 7 léguas
Dos confins de mil fagulhas e fogos afins
Guardanapo beta
No viaduto eu vi um índio nu
Ele cantava e girava o que via
E cantava nu
E torrou a pestana de tanto sonhar
Nosso almoço homérico
Antes de jejuar
Perdoem-me os hebraicos
mas estou acima do pecar
não quero mais almas gêmeas
não quero mais sossego
só quero uma alma chamando:
onde está meu nego ?
e nego em absoluto o momento
e não mais me iludo
jogo n dados de meu ser
ao eterno trafegar do teu criado-mudo
guardanapo gama
quem sabe um dia
nesse novo olhar
quem sabe um mote
nosso novo par...
mas eu sofri
e hoje sou free
talvez possa te falar
que não vivi
mas sou free
e sofri...
quem sabe um dia
viverei em eterno frenesi
Stella & Macalé
Guardanapo alfa
E se guardo o que desejas com a boca poeta
É porque quero o poeta e a boca
Em tudo que sem pudor algum gravita
Mas nada desejo em guarda
Pudico resguardo
Me rasgo
Me rasgo às 7 léguas
Dos confins de mil fagulhas e fogos afins
Guardanapo beta
No viaduto eu vi um índio nu
Ele cantava e girava o que via
E cantava nu
E torrou a pestana de tanto sonhar
Nosso almoço homérico
Antes de jejuar
Perdoem-me os hebraicos
mas estou acima do pecar
não quero mais almas gêmeas
não quero mais sossego
só quero uma alma chamando:
onde está meu nego ?
e nego em absoluto o momento
e não mais me iludo
jogo n dados de meu ser
ao eterno trafegar do teu criado-mudo
guardanapo gama
quem sabe um dia
nesse novo olhar
quem sabe um mote
nosso novo par...
mas eu sofri
e hoje sou free
talvez possa te falar
que não vivi
mas sou free
e sofri...
quem sabe um dia
viverei em eterno frenesi
Stella & Macalé
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