segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Reflexão etílica enamorada

Se não existisse paixão não precisariamos de álcool
Ninguém bebe por que gosta, já disse o grande contista
A paixão muitas vezes se manifesta tragi-cômica:
começa comédia e termina tragédia
O álcool é o combustível,
a explosão,
a combustão do motor de arranque

Você bebe pra começar
e beberá ainda mais
quando sentir que tudo
está pra terminar
que tudo aquilo vai acabar
que tudo terá um fim

E você vai se acabar
antes de tudo acabar
Você terá seu fim antes do fim
sem fim...

O álcool é o anestésico momentâneo
da dor de quem foi triturado por dentro,
de quem teve o coração arrancado,
esmagado,
cortado em fatias
e servido às piranhas

É a peneira com a qual
você vai se proteger
do Sol do fracasso
A reticência travestida de ponto final
A dose de coragem pro fatídico e eterno
recomeçar...

G.S.R

Um comentário:

  1. se o sol do fracasso(puta que pariu! que imagem ótima!) insiste em nos surrar, sempre teremos a embriaguez do colo da mãe lua a nos mimar...

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